12 de jan. de 2010

EM LONDRES, MEDINDO OS PEPINOS (com duas versões)



Este desenho estava no esboço desde maio do ano passado. Resolvi fazer a arte final estes dias.

Durante a reunião de cúpula do G20, no mês de abril de 2009 em Londres, Lula concedeu uma entrevista a jornalistas na embaixada brasileira, avaliando os resultados do encontro e a dimensão dos efeitos da crise sobre a economia mundial. Lula retribuiu a gentileza de Obama, que havia declarado publicamente na véspera sua admiração pelo colega brasileiro. Disse que também admirava Obama e logo depois proferiu uma daquelas frases que nos fazem arregalar os olhos e pensar: “ele não disse isso!”. A frase fazia uma comparação entre os problemas econômicos do Brasil e dos EUA, naquele momento: “O Obama tem um pepino infinitamente maior que o eu pra descascar.”

Incrível. Fiquei besta. Com o Lula é difícil competir, a piada já vem pronta. Pretendo fazer uma pequena série de desenhos chamada ASSIM FALOU LULATUSTRA (em referência ao livro de Nietzche, ASSIM FALOU ZARATUSTRA) reunindo as frases mais espantosas ditas pelo presidente no ano de 2009 (e já tenho uma boa coleção delas). Mas essa frase merecia um desenho especial, a parte.

Imaginei um pequeno intervalo nas reuniões do G20, em Londres. Uma pausa para o xixi e o cafezinho dos chefes de estado. Lula e Obama, amigos e descolados que são, resolvem ir tirar a àgua do joelho ali mesmo, na fachada do Palácio de Buckinghan, atrás da guarita do guarda que vigia a entrada do edifício. Lula, que não costuma perder a oportunidade de alardear seus atributos e grandezas, resolve comparar o tamanho dos pepinos. Se espanta, descepcionado com sua desvantagem em relação a Obama e exclama: “O seu é infinitamente maior que o meu!”.

Na guarita ao lado, o pobre soldado da guarda real observa a cena pelo canto do olho, mudo e atônito, sem poder intervir em mais esta pequena e muito espontânea quebra do protocolo por parte dos dois maiores e mais populares políticos da atualidade. Fiz duas versões do desenho, com e sem o guarda na guarita. A presença do guarda na cena cria problemas de composição que não foram ainda totalmente resolvidos. Gostaria de saber a opinião de vocês sobre a melhor opção, para que eu possa avaliar melhor o resultado final, antes de expôr ou editar o trabalho.

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