25 de set. de 2009

O PEQUENO DITADOR 1


Esta semana os noticiários foram dominados pela crise política em Honduras. Pensando em produzir algo sobre o assunto, me lembrei de um personagem que criei quando eu ainda era adolescente (com 14 ou 15 anos): um ditador nanico, cujo bigode era quase maior que ele mesmo.


Isso foi em 1986 ou 1987. Era o fim da ditadura militar no Brasil e o personagem não passou desta primeira idéia, talvez por que já não fizesse sentido refletir sobre uma ditadura recém terminada. Mas observando o que se passa hoje em vários países da América Latina e outras partes do mundo, achei que o meu ditador nanico poderia ter algo a dizer. Acabei percebendo que o personagem poderia ser uma mistura de Hugo Chavez, Zelaya, Morales, Corrêa, Ahmadinejad, Kadafi, etc...


Criei ontem mesmo uma série de situações para o Pequeno Ditador, que pretendo publicar diariamente aqui, a patir de hoje. Aí está a primeira.




22 de set. de 2009

MIRAGENS, um primeiro exercício em desenho animado

Clique AQUI para ver o vídeo.



Fiz este desenho animado em 2006 e o exibi em algumas mostras de vídeo e cinema. Era uma tentativa de unir as duas linguagens com as quais tenho trabalhado: o audiovisual e o desenho. Deu tanto trabalho que até hoje não tive coragem de encarar até o fim outro projeto desses, embora tenha dois roteiros prontos e um filme com algumas cenas já animadas sem arte final.



Gosto muito da atmosfera surreal das situações do filme. Imaginei um escravo romano em fuga por um deserto, algumas décadas antes do nascimento de Cristo. No limite de suas forças, ele começa a ter alucinações. Os objetos de seu desejo evoluem dos instintos mais fundamentais até o nível da espritualidade. Primeiro a água, que mataria sua sede. Depois um porco assado, que mataria sua fome. Logo depois, a diversão e o sexo: um barril de vinho seguido de uma mulata nua, que samba para ele de maneira insinuante. Um piano, um automóvel, uma TV... objetos de consumo contemporâneos e estranhos a ele, o que o deixa confuso. Em seguida, uma impassível, solene e perversa santíssima trindade, que não se contem e cai na gargalhada, escarnecendo sobre o trágico destino humano. Enfim, o encontro consigo e a irônica constatação de que ele não passava de uma miragem de si mesmo.



Nos catálogos das mostras em que o filme foi exibido, havia um subtítulo que resume de forma bem direta a idéia: Do animal ao nada.



O arquivo enviado para o youtube está muito precário e a qualidade da imagem está muito aquém do original. Estou tentando uma outra forma de compressão que garanta um resultado melhor, mas meu pen drive queimou e estou sem internet em casa. Talvez demore um pouco... Se alguém tiver alguma dica de como melhorar a coisa, mande um comentário. Por increça que parível, sou novo neste negócio de postar arquivos de vídeo na net.

10 de set. de 2009

De volta ao lápis de cor


Estava sem inspiração no feriadão. Quando isso acontece, procuro uma revista qualquer e desenho algo inspirado em qualquer foto que me chame a atenção. Abri uma "ISTO É" e me surpreendi com uma foto da Hebe Camargo, com aquela sua contagiante e escandolosa risada. Taí a caricatura dela, que fiz logo em seguida.


Resolvi colorir com lápis de cor, para me afastar um pouco do photoshop. Putz !! Tinha me esquecido a trabalheira que isso dá. Mas a curtição na execução do trabalho também é iutra. Compensa o tempo gasto e o cansaço na munheca.

8 de set. de 2009

Mudança do nome do blog

Aviso aos amigos e visitantes que o blog passa a se chamar PENA JACA. É um trocadilho infame com a expressão "pé na jaca", usando a palavra "pena", que se refere a pena que era usada para escrever ou desenhar em outras épocas. Portanto, a partir do próximo dia 18 (sexta-feira da próxima semana) o endereço do blog passa a ser penajaca3.blogspot.com

Divulgação do livro O IMPERADOR DE PASÁRGADA

Lembro aos amigos e visitantes do blog que meu livro O IMPERADOR DE PASÁRGADA pode ser encontrado em Juiz de Fora nas livrarias PLANET MUSIC (na Av. Independência) , TERCEIRA MARGEM (2º piso da Galeria Pio X), PEDRO II (Av. Rio Branco, na galeria dos "sebos", quase em frente ao Parque Halfeld) e agora também no ESPAÇO MEZCLA (o bar do amigo Marcos Marinho, na Rua Benjamin Constant, ao lado MAMM). Ou diratamente comigo, pelo e-mail rogerioterrajr@ig.com.br

5 de set. de 2009

ARQUIVO 2


Outro desenho de 2003 (do mês de janeiro) que me instiga pela economia do traço e pelo equilíbrio das formas, embora dele eu não extraia nenhum sentido evidente.


Para onde marcha este sujeito resoluto e de queicho erguido ? Ou estaria simplesmente se preparando para arrombar uma porta ? Ou desafia alguém, de punhos cerrados, para uma briga ?


Interessante a observação do amigo Cacinho (do blog ANIMAÇÕES) sobre o desenho anterior, e que serve também para este aqui. A figura ocupa quase toda a extensão do papel, transferindo o resto da ação para fora do campo (o que no cinema chamamos de "extracampo") e portanto para a imaginação de quem vê.


Mas tudo isso aconteceu no desenho de forma involuntária. Artimanhas do inconsciente.

3 de set. de 2009

ARQUIVO 1

Desenho quase diariamente desde os 10 anos de idade, mas só recentemente comecei a estudar e a desenvolver o traço com mais critério. A maioria destes desenhos que fiz de forma meio automática durante estes mais de 20 anos, são traços e borrões que funcionaram mais como expressão e catarse do que como um trabalho ou processo de criação deliberado. Acredito pois, embora possa estar enganado, que tais desenhos não despertariam grande interesse em outras pessoas. Dizem respeito somente a mim e a meus dramas e alegrias cotidianas.

Porém, eventualmente, eu mesmo me surpreendia com o resultado de algumas destas imagens, e costumava dizer a mim mesmo: este desenho eu publicaria de alguma forma, se dispuzesse de meios para isso. Eram momentos em que, mesmo de forma meio aleatória, eu acertava no traço. Pois bem, já que agora a internet nos permite publicar tudo, ou quase tudo, que achamos por bem mostrar às pessoas, vou postar aqui alguns destes velhos desenhos.

Este foi feito em agosto de 2003. O cara está num botequim ? Numa sala de aula ? Numa mesa de jantar ? É um auto-retrato involuntário (embora eu não fume, não seja tão magro e não tenha este narizinho delicado) ?? Oque ele observa a sua frente através da fumaça do cigarro, com este olhar entre irônico e malicioso ? Não faço a menor idéia. São perguntas que me faço e para as quais não tenho e nem pretendo ter respostas. Quem quiser e puder, que complete a cena da maneira que achar mais conveniente a seus próprios devaneios.